A 2ª edição da Conferência Internacional de Turismo (Confetur), que acontece nos dias 30 e 31 de outubro, no Sheraton São Paulo WTC, também abordou a importância dos grandes eventos sediados em Sâo Paulo. O painel “Grandes eventos em São Paulo: Impactos e legados para a Cidade” contou com a mediação de Juan Pablo de Vera, CEO da Diex Midia, e a participação de uma equipe de palestrantes. São eles: Pierre Mantovani (CCXP), Willians Lopes (GL events e EXPO São Paulo), Claudio Macedo (Allianz Parque e CEO WTorre Entretenimento), Rogério Dezembro (CEO LivePark Entretenimento e Grupo DC Set), Du Serena (Kontrol Agency e BeOn) e Maurício Soares (M-S Live, Arca São Paulo e Spark).

Após a apresentação do trabalho de cada um dos porta-vozes, Mantovani deu início à discussão apontando a vantagem intrínseca da cidade de São Paulo, por abrigar uma enorme quantidade de habitantes em um pequeno raio de distância. “Qualquer boa experiência organizada em São Paulo atrairá um bom público, que é algo que poucas cidades conseguem garantir. Para ampliar esses resultados, no entanto, é necessária maior e melhor comunicação externa por parte da cidade. O investimento do poder público para o desenvolvimento de soluções nessa questão seria de grande ajuda para todos”, pontua.

Complementando o comentário de Montovani, Lopes ressalta que um dos maiores desafios para o acolhimento de grandes eventos é a mobilidade. “Quando se viaja no exterior, em especial na Europa, você chega do aeroporto e já desce do metrô no meio do evento, sem nem precisar pagar o ticket do transporte. O governo deles reconhece a importância dos visitantes e os frutos que virão com sua presenã. Afinal, grandes eventos contribuem com empregos, arrecadação de impostos e o desenvolvimento de toda a economia da cidade”, explica o executivo.

Além da mobilidade, Soares comenta que a grande barreira da implementação da Arca é a percepção que se tinha daquele espaço da cidade. “Todo o entorno do Ceagesp, que foi um distrito industrial, está bastante degradado – o que influencia a percepção visual das pessoas. Mudar isso de forma consistente, por meio de processos e trabalhos especiais, é essencial. Destaco ainda a necessidade de maior capacitação, já que em especial após a pandemia, perdemos muitos profissionais neste mercado. Quando acontece um grande festival, essa oferta se torna nula, pois estão todos focados em um ou dois projetos que acontecem no período”, alega o executivo.

Dezembro, por sua vez, salienta que a economia de São Paulo é cada vez mais de serviços e o setor de eventos é um dos principais motores dessa atividade econômica. “O poder público e a população geral vem se conscientizando disso, levando a cada vez mais espaços públicos sendo emprestados à iniciativa privada, com regulação do poder público, para organizar eventos”, afirma. “Estamos no caminho certo, mas precisamos continuar evoluindo em nosso grau de maturidade sobre a importancia econômica dos eventos”, complementa o executivo.

Por fim, Amancio reforçou que é impossível realizar eventos sem gerar algum tipo de transtorno, seja de ruído, acesso, resíduos, mobilidade, entre outros. “Temos que trabalhar da forma ativa para mitigar esses problemas, incluindo o trabalho com a vizinhança para garantir informações privilegiadas, acesso pelos bloqueios e benefícios revertidos para a população local. O posicionamento da cidade acerca desses eventos é que é o verdadeiro desafio”, finaliza.