Após a abertura do 19º Encontro do Setor de Feiras e Eventos (Esfe), evento que acontece nesta terça-feira (20), no Centro de Convenções de Rebouças, em São Paulo (SP), quem deu início às palestras foi Paulo Octavio Pereira de Almeida, diretor executivo da União Brasileira de Feiras e Eventos de Negócios (Ubrafe). O executivo foi responsável pela apresentação dos “Números do Setor de Eventos: como foi 2023, qual a expectativa para 2024”.
Para começar a conversa, Almeida relembrou a metáfora do cigarro, que utilizou para definir o ano de 2023. “Retrocedendo algumas décadas atrás, era aceitável fumar em locais públicos e fechados. Hoje, isso não é mais aceitável, da mesma forma que no futuro provavelmente não será mais aceitável a realização de eventos presenciais sem a preocupação com a sustentabilidade”, comenta.
“Este ano de 2024, utilizo a metáfora do homem invisível: somos um setor invisível. É por isso que devemos nos esforçar para divulgar os números. Se não, continuaremos para sempre invisíveis, dado que ‘eventos’ é uma das palavras mais genéricas e abrangentes que existe. Ao falar com o poder público meu interesse em realizar um evento, mesmo que seja uma audiência fechada para poucas pessoas, é comum pensarem que estou planejando algo no nível de um Rock in Rio”, complementa.
Almeida reforça a importância de manter o mercado unido como nunca esteve, reiterando a luta pela manutenção do Programa Emergencial de Recuperação do Setor de Eventos (Perse). “Foi a primeira política nacional de resgate ao setor de Eventos, pelo menos que eu me lembre nos 30 anos que trabalhei neste mercado. Lembrando que se trata de um resgate e não um apoio”.
De acordo com dados da Ubrafe apresentados por Almeida no 19º Esfe, foram mais de 1,2 mil eventos com foco B2B, de no mínimo 700 participantes em 2023. Esse número foi responsável por atrair mais de 6,6 milhões de participantes, sendo 30% de fora do estado de São Paulo, e gerando um impacto de quase R$ 10 bilhões de reais na economia.
Os dados apresentados apontam que o ano de 2023 recuperou 100% do mercado de Eventos em relação a 2019, enquanto em 2024, a expectativa é de 15% de crescimento mundial. “É um bom crescimento, mas é preciso lembrar que passamos três anos sem faturar, tentando se manter apenas pagando salários e impostos”, reitera, destacando ainda a importância do setor para o mercado de trabalho. “Mais de 52% das empresas de Eventos a nível mundial estarão contratando nos próximos meses. “Afinal, somos o primeiro ‘trabalho’ de muita gente, em função das oportunidades temporárias”, acrescenta.
O diretor executivo da Ubrafe ainda destacou as mudanças nos principais assuntos do setor. “Os assuntos internos, como questões de recursos humanos e digitalização dos negócios, dominaram 2023. Em 2024, esses foram superados pelos assuntos externos, como preocupações geopolíticas e o mercado internacional. Já os assuntos que mais registraram crescimento foi a concorrência dentro do setor, considerando novas marcas, parcerias e setores, além do esforço para tornar os eventos mais sustentáveis rapidamente”, completa Almeida.
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