Na tarde desta quinta-feira (3), a Braztoa (Associação Brasileira das Operadoras de Turismo) promoveu um encontro exclusivo entre gestores e diretores das operadoras associadas, marcando a retomada das reuniões presenciais da entidade desde a pandemia. O evento ocorreu no restaurante Aguzzo Cucina, em São Paulo, e teve como foco a troca de experiências, o debate de pautas estruturantes e a articulação de caminhos para os desafios que impactam diretamente o turismo emissivo e as operações no Brasil.
A manhã foi reservada a uma reunião fechada entre os associados, na qual foram discutidas pautas como a Reforma Tributária, o Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) sobre remessas ao exterior e os efeitos práticos dessas medidas no setor. Em formato de bate-papo informal, o momento permitiu aos executivos compartilharem percepções sobre o cenário atual e as perspectivas para os próximos meses.
“Na verdade, foi um bate-papo de amigos”, resumiu Marina Figueiredo, presidente-executiva da Braztoa. “Desde antes da pandemia a gente não tinha um momento só dos operadores se encontrarem. Hoje viemos sem roteiro, só para conversar e trocar ideias. E foi riquíssimo. Discutimos a reforma tributária, o IOF, atualizamos as ações da entidade e ainda trocamos muitos insights sobre o mercado.”
Segundo Marina, a entidade segue atuando fortemente em Brasília na defesa do setor, com foco especial na diferenciação do turismo dentro da proposta de reforma tributária. “A gente já sabe que a reforma vai impactar, a dúvida é como. Já conseguimos um primeiro reconhecimento de que o Turismo é um setor diferenciado, mas agora é preciso desenhar esse modelo ideal”, afirmou.
Fabiano Camargo, presidente do Conselho da Braztoa, reforçou a importância do encontro para alinhar estratégias diante das transformações que se avizinham. “Foi um momento de partilha. A reforma vai impactar muito. Além do aumento de custo, toda a estrutura de emissão de notas, pagamento de comissões e precificação será alterada. E isso exige uma adaptação enorme das operadoras.”
Outro ponto destacado pelos líderes foi o IRRF sobre remessas internacionais, considerado um entrave histórico que compromete a competitividade das empresas brasileiras frente a operadoras estrangeiras. “Se não forem consideradas as particularidades do turismo, o Brasil pode perder mercado para empresas de fora que não geram emprego nem arrecadação aqui”, alertou Marina.
O clima foi de confraternização, mas também de comprometimento com o futuro do setor. A expectativa agora é repetir a iniciativa pelo menos duas vezes por ano, mantendo o espaço para escuta ativa entre os associados e fortalecendo a atuação coletiva da Braztoa frente aos desafios políticos, regulatórios e de mercado.
