Todo negócio ou empresa, seja de turismo ou não, precisa estabelecer seu público-alvo ou persona. São as pessoas mais “compatíveis” com seu produto ou serviço e, por conta disso, as melhores apostas do empresário. Adicione à equação, então, um avanço tecnológico quase desenfreado e uma pandemia que exigiu mais conexões remotas. É neste ecossistema que os nômades digitais ganharam mais força.

A atividade turística está intrisicamente ligada aos nômades digitais, isso porque o termo consiste em pessoas que possuem a possibilidade de trabalhr em qualquer lugar. A viagem e o turismo, mesmo que no modelo bleisure (lazer e corporativo), estão ligadas a este cidadão.

E com isso em mente, fica mais fácil ou difícil pensar em produtos/serviços que atendam às constantes mudanças de hábitos deste perfil? Afinal, são pessoas que dificilmente podem ser fidelizadas por algum estabelecimento físico, tendo em vista sua locomoção certa.

Na verdade, a resposta não está em nenhuma dessas palavras (fácil ou difícil). O desafio é grande, mas nada mais é que estabelecer padrões, mesmo que mutáveis quase a cada hora, criando assim a persona, ou a “média”, dos nômades digitais.

A explicação é de Patrick Paes, CEO da Paes.Digital, que falou durante um painel do 5º Connection Experience em conjunto com Gabriela Schwan, CEO da Swan Hotéis.

“Sempre me pergunto como transformar os nômades digitais em clientes e as respostas estão na exploração de estratégias digitais. São elas que traçarão o que o nômade digital quer e precisa. Isso faz com que ele seja visto, do ponto de vista comercial, como uma persona”, iniciou.

A etapa de consciência é a primeira da relação com a persona, segundo o executivo. “O nômade precisa conhecer e entender que o seu produto ou serviço existe. Mais que isso, é necessário que ele entenda que pode consumí-lo. Tornar o produto conhecido, portanto, é o começo de tudo”, disse.

Depois disso, o guia citado por Paes coloca à empresa três perguntas que definirão a atuação, neste caso, com os nômades digitais:

  1. O que eles procuram? (Comportamento)
  2. O que sua marca oferece? (Produto e Experiência)
  3. Como ele te encontro? (Posicionamento no mercado)

“São estes passos que reforçam como cosciência e consideração aos nômades digitais pela sua marca são formas de estar na vida deste indivíduo”, encerrou Paes.

Nômades digitais
Gabriela Schwan, CEO da Swan Hotéis

Nômade digital “em forma” de hotel

Também enxergando o nômade digital como alguém que consegue facilmente trabalhar de qualquer lugar do mundo, a hoteleira Gabriela Schwan também desmistificou o nômade digital nas vendas.

“A expectativa é que sejam 1 bilhão de nômades digitais até 2035 no mundo. É um mundo no qual as pessoas não veem necessidade de apego a carros, funções, casas ou bens do tipo. O importante é buscar experiência, conhecer pessoas, ter liberdade e utilizar a tecnologia como aliada para isso. É o futuro que já acontece”, afirmou.

A questão do uso e não da posse, de acordo com a executiva, é um dos pontos que dita o novo comportamento do consumidor. A ideia do compartilhamento, seja do que for, é a força dos nômades digitais. Até por isso, Gabriela cita o Swan Gen, unidade em Gramado (RS) que consegue representa, em forma de propriedade, este perfil.

“Com estrutura e atuação renovada, o Swan Gen é estruturado para prestigiar o modelo de nômades digitais. Oferecemos coworking e coliving, principais serviços que nossos moradores utilizam. Ao todo, são cerca de dez pessoas que moram conosco e implementa o nomadismo digital”, completou.

Além da hotelaria tradicional, o empreendimento também traz lobby, área de eventos, estúdio, phydigital e a Gen Street.


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