A promulgação da norma NBR 15.936, em 2011, foi um grande divisor de águas para o setor de parques de diversões e atrações turísticas. Com o passar de mais de uma década, alterações se mostraram necessárias para se adaptarem às demandas e inovações tecnológicas do segmento. A convite da Associação Brasileira de Parques e Atrações (Adibra), a reportagem do Brasilturis participou, nesta segunda-feira (26), do lançamento oficial da norma revisada, na sede do Crea, em São Paulo.

“A alegria, além da presença de todos aqui, é motivada também pela característica principal de nosso segmento, cujo objetivo é proporcionar alegria e encantamento. Precisamos lembrar disso, antes de qualquer decisão”, salienta Francisco Donatiello Neto, presidente do conselho da Adibra. “Iniciamos em 2008 a elaboração das primeiras normas, que eram exclusivas a parques de diversões. Estávamos partindo para uma autorregulamentação, visto que não existia nenhuma norma brasileira para regular as operações do segmento”, contextualiza.

Para isso, a Adibra procurou a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e os sensibilizou para a criação de um comitê elaborador de normas. “Esse esforço culminou na promulgação das normas em 2011, que demonstrou para o poder público e a população em geral o nosso desejo de oferecer diversão e emoção com maior qualidade e segurança. Isso tudo, alinhado com os melhores padrões internacionais para o segmento de parques e atrações”, conta Neto.

Após ser identificada a necessidade de atender às demandas e evoluções tecnológicas do setor de entretenimento, a Adibra realizou pesquisas e estudos de campo para a elaboração de revisões e novos capítulos. O período de desenvolvimento desse trabalho, iniciado em 2018, foi ampliado consideravelmente além do esperado, em função dos efeitos da pandemia da Covid-19.

Atualização

Além da atualização dos cinco capítulos existentes, em resposta às evoluções tecnológicas desenvolvidas desde 2011, a adibra também elaborou novos capítulos e anexos. “Atualizamos os capítulos de terminologia, projeto, instalação, inspeção, manutenção, operações e as partes sobre parques e atrações aquáticas. Foram implementados novos capítulos sobre parques de neve e de trampolim e novos anexos para garantir a inclusão e a acessibilidade para pessoas com deficiências ou outras condições médicas restritivas”, revela Neto.

Neto também reforça que é comum em muitos países, em especial na América Latina, a adoção das normas estrangeiras traduzidas literalmente, sem adequação específica às características de cada país. “As normas devem se adaptar às considerações climáticas, de perfil de público e outras especificidades do país que estão sendo implementadas. É isso que transformou nossas reuniões em verdadeiras batalhas, com posições diversas e profundas discussões que buscam garantir um produto condizente com o nosso povo e nossos costumes”, conclui o presidente, parabenizando a atuação da ABNT neste processo.

Com o fim do discurso, foram apresentados vídeos de agradecimentos dos parques nacionais, redes e associações internacionais pela implementação das normas no Brasil. Depois, foram entregues os livros com a coletânea de normas e certificados para os profissionais e especialistas que participaram da elaboração do texto. Por fim, o evento abriu espaço para os participantes tirarem dúvidas sobre os novos capítulos e anexos com os co-autores da ABNT NBR 15.926, finalizando com um coquetel de relacionamento.

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