O setor de serviços registrou uma queda de aproximadamente 0,3% em setembro, marcando o segundo mês consecutivo de retração. Em comparação ao mesmo período do ano anterior, a queda foi de 1,2%, conforme revelam os dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (14). Apesar desse cenário, as projeções da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) indicam um crescimento de 3,6% nos serviços e 8,3% no turismo para 2023.

Contrariando o desempenho de outros setores, os serviços têm apresentado resistência aos impactos da crise monetária recente, destacando-se tanto em atividade quanto em preços, com uma inflação de 5,2% nos 12 meses encerrados em setembro.

José Roberto Tadros, presidente da CNC, expressa confiança nos resultados positivos do setor de serviços, mesmo diante dos desafios enfrentados. “O papel vital desempenhado pelos serviços na recuperação e no avanço econômico é inegável. Apesar de registrarmos uma segunda queda mensal, a revisão da CNC é otimista, e as projeções refletem a confiança na tendência de uma aceleração global”, afirma Tadros.

Quanto ao setor de turismo, observou-se um aumento de 1,5% nas receitas em setembro, após uma queda de 0,4%. Atividades características do setor apresentaram uma variação positiva de 7,9% nos nove primeiros meses de 2023, ficando 6,1% acima dos níveis pré-pandemia.

Fabio Bentes, economista da CNC, destaca que os frequentes reajustes nas passagens aéreas podem representar um desafio para a desaceleração do setor nos próximos meses. “Em outubro, um aumento de 23,7% nos preços médios tornou-se a principal pressão inflacionária, sinalizando desafios. Em setembro, o preço médio desse serviço já havia oscilado +13,5%”, explica Bentes.

A demanda por transporte aéreo varia regionalmente, com alguns aeroportos apresentando um tráfego de usuários próximo aos níveis de 2019. No entanto, a escalada dos preços das passagens aéreas representa um desafio para a recuperação contínua do setor.

“Apesar do aumento de turistas estrangeiros em 79% nos primeiros nove meses deste ano, totalizando 4,4 milhões, o contingente ainda está 9% abaixo dos números de 2019. A recuperação, embora encorajadora, enfrenta desafios, especialmente diante da escalada dos preços das passagens aéreas”, conclui Fabio Bentes.